Meio Homem, Meio Café
Recebi um texto gracioso falando sobre o benéfico do café pela manhã. Não era exatamente sobre o café, mas algo em torno dele. Sobre tomar um gole devagar, apreciando o sabor, o cheiro, o calor dele descendo pela garganta, revigorando, confortando, preparando para um dia, mais um dia. Talvez faça sol lá fora, o aroma do café é um aroma de uma lembrança boa, que evoca otimismo e me desperta para o confronto quotidiano. Talvez seja um dia de chuva e a xícara de café fumegante enfim me desperta, aquela fumacinha sobe dançando e soltando momentos únicos de prazer, as nuvens pesadas não podem amedrontar a mim, homem feito, enfrento o dia salvo pelo café. Estou destinado a vencer e não somente sobreviver... Há coisas no fundo de uma xícara de café que nenhuma palavra explica, somente tragando vagarosamente, como um vício, se pode entender que é possível extrair dali a força necessária para sair de casa, faça chuva ou faça sol. Pode até ser segunda feira, mas antes de tudo, um café, por favor. Tenho cisma com as quintas feiras, aqueles dias esquisitos que não são fim de semana e nem o início delas, sempre me decepcionei às quintas feiras. Me sinto meio homem-café às quintas e o café durante o dia se torna a única razão para que eu reconsidere os amigos, o trabalho... E se é domingo ou feriado, o café vai entre as mãos la para fora, ser degustado ao sol. A sensação de vigor é a certeza de que o dia está pra mim. Leio, exercito o corpo e vou curtir a vida, afinal, a gente vive cada dia como se deve ser: único. Só se morre uma vez! Eu vou viver hoje de novo a minha Vitória diária, vem comigo?!?
Por Escritor Paulo Siuves