BALANÇO SOLIDÃO
Quando me faltava esperança
Depositei as mágoas num canto
Resolvi reviver o passado
Para ser a criança que não fui.
Fiz da saudade uma corda de tranças
Dependurei-a nos galhos do tempo
Construí um balanço dourado
e me dei o direito de brincar.
Ali desligado do mundo
Embalei meu corpo no espaço
Roçando meus pés no solo
Balancei e gargalhei sem parar.
O vento que beijava meu rosto
Foi minha fiel companhia
Enfeitou minhas fantasias
Me elevou bem alto pra sonhar.
Quando acordei sozinho
Não encontrei mais solidão
A alegria voltou de mansinho
Como fonte brotando do chão.