CIDADE DAS SOMBRAS
Na cidade de concreto, de sombras, sem afeto .
Guardo segredos infames,
Nas grades de meus sentimentos . ! Desordem .
Aguçam as dores,
Se bagunça amores ,
Verdades e mentiras ,
Andam de mãos dadas nas esquinas.
Em quartos de aluguel,
Bem pertos de motéis,
Caminha tanta gente ,
Vezes crentes .
Uns rezam . Outros choram.
Alguns imploram. Outros gozam .
Na cidade de cimento ,
Cinza .
Por vezes achamos verdes ,
Azul de um céu imaginário,
Cantam os canários ,
Os boêmios.
Gatos no telhado , fazem seus sons .
E na mistura de tons pastéis ,
Alguém da janela ,
Espera pela presa .
Alguém sem pressa ,
Tem um coração selvagem,
Guardado está em parte ,
Seu grito por liberdade.
Quanto vale um sorriso?
Não entendo trocar o mesmo por risos.
Quando se chora em lençóis ,
O úmido é salitro.
Todavia é esquisito .
Dizer que algo é frio ,
Quando o choro é quente ,
E o sorrir é fervente ,
Risos são dentaduras ,
Postas em bocas nuas .
Um coração selvagem ,
Grita sem ser covarde .
Se a dor cala a voz,
Os olhos falam de amor .
Sem pecado. Sem cadeados.
Dentro do corpo , um alvoroço,
Guardado em pulsar ,
Coração faz bagunça.
Da costela de Adão,
Dizem ter vindo ao mundo ,
Mulher .
Costelas gradeadas ,
Guarda coração de mulher ,
Faceira .
Feiticeira moderna.
Na cidade sem telhas .
Byfenix