CIDADE DAS SOMBRAS

Na cidade de concreto, de sombras, sem afeto .

Guardo segredos infames,

Nas grades de meus sentimentos . ! Desordem .

Aguçam as dores,

Se bagunça amores ,

Verdades e mentiras ,

Andam de mãos dadas nas esquinas.

Em quartos de aluguel,

Bem pertos de motéis,

Caminha tanta gente ,

Vezes crentes .

Uns rezam . Outros choram.

Alguns imploram. Outros gozam .

Na cidade de cimento ,

Cinza .

Por vezes achamos verdes ,

Azul de um céu imaginário,

Cantam os canários ,

Os boêmios.

Gatos no telhado , fazem seus sons .

E na mistura de tons pastéis ,

Alguém da janela ,

Espera pela presa .

Alguém sem pressa ,

Tem um coração selvagem,

Guardado está em parte ,

Seu grito por liberdade.

Quanto vale um sorriso?

Não entendo trocar o mesmo por risos.

Quando se chora em lençóis ,

O úmido é salitro.

Todavia é esquisito .

Dizer que algo é frio ,

Quando o choro é quente ,

E o sorrir é fervente ,

Risos são dentaduras ,

Postas em bocas nuas .

Um coração selvagem ,

Grita sem ser covarde .

Se a dor cala a voz,

Os olhos falam de amor .

Sem pecado. Sem cadeados.

Dentro do corpo , um alvoroço,

Guardado em pulsar ,

Coração faz bagunça.

Da costela de Adão,

Dizem ter vindo ao mundo ,

Mulher .

Costelas gradeadas ,

Guarda coração de mulher ,

Faceira .

Feiticeira moderna.

Na cidade sem telhas .

Byfenix

Beatriz da Siva
Enviado por Ed Wolf em 30/08/2018
Código do texto: T6435018
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