INCERTEZAS
Por caminhos incertos às vezes ando, sem prever o que há após cada curva. Surpreendem-me os panoramas nunca antes percebidos, inda que eu tenha caminhado por estes páramos. Meu olhar agora é diferente, perceptivo de detalhes que nunca foram importantes. Contudo, nesta reta por onde ando, sinto que cada grama ou cascalho é singular. Não havia visto o tom do verde e nem as flores silvestres que são massacradas sob o peso perverso de pés cegos. Pés deveriam ter olhos! Olhos deveriam enxergar mais do que veem!
Estes caminhos incertos ganham novo sentido e penso: são mesmo incertos ou apenas velhos conhecidos sob outra visão? A incerteza às vezes é gratificante. Cria expectativas que permeiam o imaginário e é sob esta perspectiva que a paisagem muda de cor, de formas e de perfume! Sim! O perfume! Ah! Porque nunca o senti antes no roçar dos ventos em minhas faces, emaranhando meus cabelos? O que dizer das carícias dessas mãos invisíveis? Nunca percebi que me dão prazer, tão macias como veludo em seu sutil toque em meu rosto...em meu corpo que, lânguido, se arrepia...
Meu pensamento foge da razão e vaga pelos ermos, fantasiando o que não vê. Imagino o que há atrás de cada monte verde ou das imensas pedreiras que cobrem o outro lado da estrada. Imagino a plumagem de pássaros ou o pelo acetinado dos gamos correndo entre as árvores, atentos à proximidade de predadores. Será que eles existem nessas paragens por onde ando?
Se nada existir além das criações do meu imaginário, ainda assim crerei que algo se oculta ao meu olhar perscrutador que vê o que deseja ver...sentir o que o pensamento insinua... perceber de olhos fechados o que as mãos tateiam buscando e, então,
Estes caminhos incertos ganham novo sentido e penso: são mesmo incertos ou apenas velhos conhecidos sob outra visão? A incerteza às vezes é gratificante. Cria expectativas que permeiam o imaginário e é sob esta perspectiva que a paisagem muda de cor, de formas e de perfume! Sim! O perfume! Ah! Porque nunca o senti antes no roçar dos ventos em minhas faces, emaranhando meus cabelos? O que dizer das carícias dessas mãos invisíveis? Nunca percebi que me dão prazer, tão macias como veludo em seu sutil toque em meu rosto...em meu corpo que, lânguido, se arrepia...
Meu pensamento foge da razão e vaga pelos ermos, fantasiando o que não vê. Imagino o que há atrás de cada monte verde ou das imensas pedreiras que cobrem o outro lado da estrada. Imagino a plumagem de pássaros ou o pelo acetinado dos gamos correndo entre as árvores, atentos à proximidade de predadores. Será que eles existem nessas paragens por onde ando?
Se nada existir além das criações do meu imaginário, ainda assim crerei que algo se oculta ao meu olhar perscrutador que vê o que deseja ver...sentir o que o pensamento insinua... perceber de olhos fechados o que as mãos tateiam buscando e, então,
...toco em ti, presença ausente,
Deste meu amor indecente
Que teima em fazer-te meu!
Vã ilusão...velha utopia...
Desejo insano...negra magia
Que me derrota e ainda sorri.
Perversa visão, engana a mente...
Mostra-me quimeras...
Enquanto vivo a angustiante espera
De tornar real minha fantasia!
NAJET, 29/08/2018Deste meu amor indecente
Que teima em fazer-te meu!
Vã ilusão...velha utopia...
Desejo insano...negra magia
Que me derrota e ainda sorri.
Perversa visão, engana a mente...
Mostra-me quimeras...
Enquanto vivo a angustiante espera
De tornar real minha fantasia!