Ninguém partilhava
Todos deveriam escolher um apelido
E emburrada por não ter criatividade momentânea bradei que sou Ninguém
Todos riram e eu chorei
Lá na frente sobrou suco
Perguntaram de quem é e disseram
- De ninguém! E eu bebi
Apareceu uma sandálida
Disseram: De ninguém e calcei
Apareceu uma bola
Disseram
De ninguém
E joguei
E ganhei isto e aquilo outro
Sorrindo
Por ser ninguém
E choraram porque tudo que aparecia
Tinha um dono
E tudo pertencia a ninguém
E ninguém aproveitava
Mas partilhava também!