paralisante desejo
uma pequena adaga se move
no escuro do quarto,
formigas passeiam livremente
pelo seu corpo, a cara de horror
estampa a vitrine que veste
seus olhos, sua boca
muda, gesticula
coisas obscenas e breves,
um óleo pegajoso que te gruda
os braços, arranha teu rosto.
cada hora do dia é um crime,
existir preso e existir cansado,
cercado de muros, espelhos,
caminhos, confissões.
uma pequena vela tremulando
sozinha no vasto rio
do esquecimento