Ensaio à vida
A vida é um rascunho, um manuscrito de atos e fatos contados num martelo agalopado. Ela está sempre sendo editada, ensaiada, profanada. Mutante, ela sempre está sujeita a cortes em seus escritos e ditos, forjados pela força de hábitos proscritos surgidos e sempre renasce ungida, aos gritos. Às vezes é aclamada pelos críticos, repudiada pelo público. Mas, juntos, críticos e públicos todos extasiados de tão perplexos, ficam excitados diante de um texto prazeroso, contraindicado ao leitor, por violar a “essência da vida”, escrita em bulas, em fórmulas antigas ultrapassadas num verdadeiro hieróglifo perdido. Por isso eu bebo. Bebamos!