Mineiro come quieto.
Na minha chacrin tem um corguin d’água cristalina.
Eu fico lá horaziora sentadu feliz da vida!
Admiranu o sor sumí atrais du monti.
É muito buíto, fica tudo cor de abroba, nusinhora!
Dipoi du meidii as Siriema cant memo sô.
A tarde vira uma festona!
Trais inté aligria nu coração da genti!
U ventin rastero sobi uma puerin cum cheirim da tardi
Eu fico até meio cabrero num sabe?
Dá um sodade do tempo de criança!
Nessas hora eu casco a inchada na cacunda e vô simbora.
Pus trio eu ando só a pé té chega in casa.
Na minha casin sempre tá Mariazinha esperaneu.
Cum seu vistidin di xita... deitadin na redi du arpendi! Eita!
Ela tem um cheirin de rosa in botão.
Bem de revertréis da fumaça qui vai sainu da chiminé.
Mariazinha fais um café qui é um trem de baõ.
Lá in casa de tuda vida tem um quejin. broa na foia de bananera,
I mandioca, abroba, nhami, cará...
U chão de casa é verdin, Mariazinha passa bosta de vaca, fica bão qui só venu!
Ela põe latin di masstumati dispois di usada nus pé da mesa, fica buíto.
Tudo dia eu lavo na bacia, água limpin i bem ispertim.
Nosso cochão é di capim. O trem bão sô!
E quando tamu fazenu aqués coisa nele intão!
É bejin prá lá, bejin prá cá! Noss vida, nem é bão fica falanu essitrem.
Di madrugada, o Carijó canta memo.
Inté o cachorin que eu tenho qui chama bicão, late tem dia na hora que o Carijó canta!
Vida na roça é bão só ce venu.
I tem genti que fala pa mim i pa cidade pamodi a vida miorá.
Eita! Sartei de banda!
É isso aí!
Acácio Nunes