O circo
Acabou-se o riso. A lona é jogada ao chão. Gritos ecoam pelo espaço frio do campo minado. O dia, lamacento, impede que a ordem se instale e o país permanece incompreensível. Os homens de capa espalham boatos sobre o fim do mundo, mas a multidão permanece em frente à tevê, esperam o próximo capítulo de uma novela indecente, pra anestesiar suas dores. Os refletores se acendem e o zumbido do tempo desperta os monstros dentro da memória, assim as coisas recomeçam. O palhaço morreu, não importa, ainda vai ter espetáculo, enquanto o circo existir.