Devaneio filosófico (ou o que se pode pensar em tempos bicudos)

Foi ontem, eu me lembro. Talvez não ontem como se costuma falar, mas faz tão pouco tempo, que parece que foi ontem. Tem momentos que as coisas andam tão rápido - e nisso consiste saber o que significa viver - que valorizar cada instante pode ser a medida de todas as coisas. Não sei se compreende, mas mesmo esse "compreende" não pode, e não deve, ter o mesmo sentido pra todo mundo. Por exemplo: compreender uma equação matemática dificílima pode ser algo trivial para um matemático, mas para um especialmente interessado em história, pode ser a coisa mais maluca na face da terra. Saber fatos ocorridos séculos atrás, para um engenheiro pode ser sem nenhuma importância, mas para um historiador, a coisa mais maravilhosa. O que isso significa? Penso que é nessa valoração que consiste a felicidade. Todavia, também pode não significar nada, mas o segredo essencial está exatamente distinguir e perceber a importância que pode ter para cada interessado. Com isso, quero dizer que a tal felicidade não pode ser medida, e menos ainda, provada, pois, para cada um ela, a tal felicidade, terá compreensões distintas. Também vale para o amor, a compaixão, etc. Mas... o que realmente importa é saber que para cada qual há um tipo especial de felicidade, de amor. Não se poderá exigir e impor um padrão de sentimentos e sensações, mesmo porquê ao se padronizar incorre-se no maior dos erros: querer que tudo seja igual seguindo critérios tão estranhos e malucos como querer que uma equação de matemática tenha a mesma importância valorativa para um historiador como terá para um amante das ciências exatas. Esse papo tá muito filosófico? Ok, tomemos o café, meu amigo.