Adeus ao cata vento
eu, ontem, vi um cata-vento podre
sujo, maltrapilho, estupido e de miolo dilacerado
flor estranha, que um dia girou ao vento
fiquei ali, observante, fitando aquele maldito esquecido
creio eu, que esse estúpido objeto, sonhou em ser
senhor do tempo; de determinado corpo a outro
desaventurado, que um dia foi servil, hoje
habita o raso, o rasteiro
ontem, foi dotado de orgulho cívico
enfileirados eram muitos
marchavam opulentos...
dobrei a esquina, em distância
a ventoinha foi pisoteada
muito longe dos ventos (...)
O céu, escureceu em minutos
virá torrente água abundante.
Adeus, cata-vento!