Adeus ao cata vento

eu, ontem, vi um cata-vento podre

sujo, maltrapilho, estupido e de miolo dilacerado

flor estranha, que um dia girou ao vento

fiquei ali, observante, fitando aquele maldito esquecido

creio eu, que esse estúpido objeto, sonhou em ser

senhor do tempo; de determinado corpo a outro

desaventurado, que um dia foi servil, hoje

habita o raso, o rasteiro

ontem, foi dotado de orgulho cívico

enfileirados eram muitos

marchavam opulentos...

dobrei a esquina, em distância

a ventoinha foi pisoteada

muito longe dos ventos (...)

O céu, escureceu em minutos

virá torrente água abundante.

Adeus, cata-vento!

Diálogo
Enviado por Diálogo em 21/08/2018
Reeditado em 21/08/2018
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