A seca
O sol sai como labareda
Queimando como a larva de um vulcão.
Cada dia mais quentura,
Mais poeira,
Mais sofrimento.
Os poucos rios
Com suas poucas águas
Já secam.
As poucas sombras
Das poucas árvores verde que restam
Também estão secando.
Suas folhagens amarelam e caem.
E o sol, o malvado sol, não tem compaixão,
Cada vez mais a queimar.
Como um carrasco, para agonia de todos.
Matando aos poucos para que um veja o sofrimento do outro
Sem nada poder fazer.
O pingo de suor
que cai do rosto de cada um
E como se fosse a última gota de esperança.
Nenhum forte
É capaz de resistir a seca ardente
A matar tudo
E todos.