Poéticas do quotidiano
Poéticas do quotidiano
O boi, o café, os livros, as tintas.... fazem parte de mim, do que eu sou, da minha construção social e cultural, do meu olhar sobre o mundo e sobre mim.
Não sou eu quem dá significado a esses elementos, são eles que me significam através das minhas experiências com eles.
Ahhhhh! O boi! O boi das tantas festas de reisado que meu avô protagonizou como "papangu" e tanto nos ensinou através dos versos improvisados. Hoje herdo dele essa herança do reisado e dos versos, que escrevo e improviso. O reisado é resistência cultural!
Ahhhhh! O café! O café de mainha (minha avó) dona desta casa onde foram feitas as fotos e onde moro hoje com minha mãe e irmãos. O café são lembranças e emoções!
Ahhhhh! Os livros! Quando descubro os livros é que começo a descoberta de quem eu sou. Os livros que me fizeram viajar, me ensinaram a criticar e me instigaram a questionar. Os livros, para mim, representam meu processo de libertação na educação.
Ahhhhh! As tintas! Sou tinta, estou diluído nelas. Meu corpo é movimento de tintas de todas as cores. Foi através delas que me descobri, me emancipei. A arte é libertadora!