Interpretação

O silêncio do afago, de repente, toma conta de todo o quarto. Na melhor posição, reclinada, a pensar que não há, dessa vez, nenhum amado. Pensamentos insistem em bater à porta, apesar de não terem sido convidados. A vontade é do mundo se fechar e abrir uma única janela para a delícia do amor fazer morada. Mas, por enquanto, ele não tem olhos, nariz, boca. Ele não tem nome, cpf, endereço. Ele só está. A gente, ainda, irá se esbarrar nessa loucura chamada vida.

Só não tenha pressa, nem venha tão devagar: a paixão tem dessas, não tem como evitar. Caso queira vir correndo, talvez, não dê certo. Meu coração é como um decreto não tão bem explícito como esse verso. Decifra-me com atenção: se estiver fácil, amplie sua percepção. É como riscos que formam um descompasso, no ritmo do precipício, porque cair não passa de um ponto de vista, já que o corpo ali fica. A beleza não está no agrado do que se vê, mas na forma que se lê.

Mariane Amaral
Enviado por Mariane Amaral em 14/08/2018
Reeditado em 21/05/2019
Código do texto: T6418509
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