SEU PEDRO

Ele tinha uma letra desenhada e fazia cálculos complicadíssimos que depois transformava em portas e janelas. Forjava no fogo o ferro e moldava sinuosos corações. Era serralheiro de ofício e visionário de vocação. Tinha um quê feminista, mesmo que nunca tivesse afirmado sê-lo. Seu comportamento falava por si e seu silêncio diante d'alguns temas, confirmava. Achava mais importante estudar e nunca falava em casamento. Por ele, suas seis filhas nascidas viveriam sob o jugo e o sustento de suas vontades. Crescer sob essa perspectiva tirou de nossos inconscientes a pseudo falta. Nada nos faltava, podíamos portanto, ser felizes. E só. E ser feliz consigo mesmo permite a qualquer um ser feliz em qualquer circunstância. Seu Antônio Pedro dos Santos. No meio de nós, agora e desde sempre.

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Adelaide Paula
Enviado por Adelaide Paula em 12/08/2018
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