Saudade
Não demos conta do tempo das coisas simples.
Esquecemos da calma e da alma.
Negligenciamos o afeto do "bom dia" embalado num sorriso;
Do pacote do pão fresquinho debaixo do braço;
Do cheiro de café recém coado,
E das garrafas de leite deixadas na porta, todas as manhãs.
Não há mais o realejo e seu periquito com a sorte no bico
E o amolador de facas no fim das tardes.
Da pracinha recheada de amigos
E fofocas na esquina de casa.
Como era bom trocar garrafas por pintinhos ou sorvetes...
Esse tempo se foi, e a inocência com ele.
Resta apenas o doce lugar
na memória dos dias idos,
Registrado em corações nas capas dos cadernos da juventude, que não volta mais.
_Rose Paz_