Saudade

Não demos conta do tempo das coisas simples.

Esquecemos da calma e da alma.

Negligenciamos o afeto do "bom dia" embalado num sorriso;

Do pacote do pão fresquinho debaixo do braço;

Do cheiro de café recém coado,

E das garrafas de leite deixadas na porta, todas as manhãs.

Não há mais o realejo e seu periquito com a sorte no bico

E o amolador de facas no fim das tardes.

Da pracinha recheada de amigos

E fofocas na esquina de casa.

Como era bom trocar garrafas por pintinhos ou sorvetes...

Esse tempo se foi, e a inocência com ele.

Resta apenas o doce lugar

na memória dos dias idos,

Registrado em corações nas capas dos cadernos da juventude, que não volta mais.

_Rose Paz_

Rose Paz
Enviado por Rose Paz em 12/08/2018
Código do texto: T6416869
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