DIAS DOS PAIS

Essa semana é uma semana que meu coração dispara, e fica apertado, pois domingo é o dia que me lembro do meu pai.

Em 1973, foi o primeiro dia dos pais que eu dei-lhe um presentinho. Uma caixinha de lâmina de barbear da "persona", nem existe isso mais, muito acanhado, cheguei nele e disse: "pro senhor pelo dia dos pais!" Ele pegou, pediu para eu deixar de ser arteiro e meu deu um abraço meio singelo, talvez pela sua timidez e por não esperar que eu ia fazer aquilo. Isso já fazem muitos janeiros! Nunca mais deixei de dar um presentinho para ele no dia dos pais e no dia 19 de janeiro, dia de seu aniversário. Deixar de ser arteiro demorou um pouco. Mas de amá-lo não. E os maiores presentes que tive a oportunidade de dar a ele foram os abraços apertados, sempre quando eu chegava para as férias e os beijos no rosto sempre quando eu ia embora para a faculdade. Até que um dia ele resolveu ir embora e esqueceu de me dar o beijo no rosto. Acho que é porque ele não foi, ele veio fazer morada dentro de mim. Sua bênção Papai!

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 07/08/2018
Código do texto: T6411958
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