Amar errado
Não quero mais escrever sobre você. Não quero mais ter pensamentos que insistem em vagar no silêncio que, hoje, é o sentimento em seu peito. Foram as nossas memórias encaixotadas e postas em estantes fora do alcance de qualquer sujeito. Talvez, de você mesmo. Momentos vividos tentam ser revelados na mais exata fotografia, procurando encontrar onde o início e o fim tiveram sua partida. O ponto que termina a frase e indica recomeço é o mesmo que persiste no erro: o erro do amar errado. Foram-se o suspiro, a gargalhada, as lágrimas, o vento. Amar não reclama pela hora e pela intensidade, o amar é mesmo à vontade. O choro que grita pela liberdade e proclama por pertencimento de estar em um só corpo em movimento. O batimento já não é mais sincrônico, tampouco eufônico. Agora, é deixar voar o que, um dia, quis pousar.