PÁSSARO DE FOGO E CAMPO DE GELO
Ele dava vôos rasantes.
Era apenas um ponto vermelho no branco polar.
Mas chegava a derreter um pouco do gelo com o olhar.
Tinha um olhar carregado de dor.
Dor de quem morre de amor.
Pássaro de fogo, madrugada glacial.
O campo se assemelhava a um campo de batalha.
Era uma guerra fria.
Como doía!
O pássaro insistia.
Queria aquecer o mundo com o fogo que trazia.
Mas como?
O gelo era muito maior.
Tudo dominava.
O pássaro não desanimava.
Com coragem ele tentava.
Vencido ele caiu...
Viu se morrendo e ainda sorriu.
Para uma luz que de longe lhe acenava.