Que talento!
Será que escrevo bem?
Com primor? certo? com qualidade?
Ou, o meu latim gasto a toa?
Assim dizer, sem talento, sem vontade?
Não parece um reclame de rua?
Anúncio, propaganda tipo caminhão de fruta, verdura?
“Moça bonita não paga! Mas também não leva!”
Só falta a vinheta, porque esse locutor é brega;
Dizem que a todos precisam de coragem na vida,
Além de coragem não devo ter bom senso.
Quem lê, certamente, não entende, nem compreende.
Vou parar de escrever, coisa melhor a fazer, tá osso! Tenso!
Me autodeclaro inimigo das letras,
Interminável homilia.
Atiro nos versos, mato as rimas,
Não sustentaria nem a mim, quem dirá família.
De tempos em tempos me aventuro aqui.
Vocação eu não tenho,
Mamãe sempre diz:
Que talento!
Meu alento!