Miragens
O mar lilás e suas ilhas...
O rio havia...
Em seu leito havia pegadas em duplos passos...
Neste rio que havia vida em sua corredeira...
Peixes que havia num rio vivo em plantas ao seu redor...
Havia árvores que refrescavam suas raízes profundas e nativas...
Plantas havia, flores rasteiras havia amarelas e brancas havia...
A terra suspendida sobre pedras ali havia...
Uma trilha pisada na outra encosta talvez houvesse sombras do sol nas folhas do olhar que via a transformação...
Há mãos dadas neste convite...
Mãos há no convite...
Palavras dadas e respostas silenciosas...
Semblante vazio...
O dia adormeceu...
Encolheu suas sombras...
E uma fogueira podia-se ver de longe...
Aquecendo duas almas envelhecidas na natureza humana...
Onde havia um rio,
Hoje há esperanças...
No seu leito as peles cobrem em novas sementes...
Os poros da terra se alimentam...
Alimentam-se de flor...
De sonhos e amor...
E se querem tanto...
Que se misturam tanto...
Numa só raiz...
Havia um rio...
A areia do tempo cobriu...
Planos ficaram enterrados neste triste mar...
No olhar do ser humano andarilho...
E quando o dia adormece pode-se ver a silhueta das fogueiras daquele amor ainda iluminando os sonhos como miragens...