Carranca, não mais!...
Ali no parque a caminhar
E a pensar, e refletir, e meditar
Um naquinho só...
Após as minhas costumeiras
E assaz profundas reflexões poéticas
No campo do existencialismo humano...
Cheguei a cabal e não menos grata conclusão
De que um tantããaoo mais...
...Realmente estou carecido de SORRIR!
Sim, sim, careço de sorrir e de rir...
...Simples e alegremente sorrir para as pessoas!
...E até mais que isso...
Careço de dar mui boas e iluminadoras GARGALHADAS pelaí.
Quando na verdade, minha pessoalíssima e doída verdade...
E daquilo que mais estou a carecer mesmo
Não é de mais nada...
...Que duas coisinhas simples e baratas:
Deixar de ser carrancudo...
...E reabastecer o meu tanque de amor pra dar!
Isso seja no âmbito material...
...ou passionalmente predatório.
Mas, isto sim é que dói
feito dor de parto...
Quando mil vezes devo repetir a mim mesmo
Que careço de abandonar definitivamente
Esta minha triste, rejeitada e habitual carranca...
E mais... mais... beeeemm mais...
Sorrir, rir e sorrir!
Rir, sorrir e gargalhar
Quiçá até mesmo por motivos fúteis...
Realmente eu careço de voltar a sorrir urgentemente!
...e de rir até me esbaldar de tanto gargalhar.
Desavergonhada e espalhafatosamente gargalhar!...
sim, sim, sim
Gargalhar!
E por que não viver feito um alegre...
...e positivamente contagiante boboca feliz?!?
Armeniz Müller.
...O arrazoador poético.