Não sei se você tem culpa
Ela amava copiosamente o poeta,
mas não era dele. Compensava seu cio saciando-se
com outros por vingança, por ser vazia,
pela sua apostasia ao amor que a consumia...
E nunca houve outro amor puro, do coração...
Ela sempre repassava seus casos envergonhada
com o diário na mão e comentava para si mesma:
-Amor sei que você não vai gostar mas vou falar sobre o que aconteceu ontem.
E não se aguentava: repetia para si mesma, chorando, contrita,
quase que como num confessionário de modo genérico :
fui ao site de relacionamento. Ele é professor, eu professora e nos identificamos por isso. Ele é um bom homem, mas não é como você. Não é como eu gosto. Isso faz toda diferença para mim. Sei que não há desculpa, mesmo assim peço desculpas.
E chorando, continuava: Ouça, tenho medo, mas vou dizer: o conheci ; veio aqui só para me ver. Saímos, conversamos mas não aconteceu nada, nem sequer um beijo. Adorei o jeito dele, mas não houve química.
Outra coisa amor, prosseguia ela na sua catarse solitária:
eu não queria estar procurando ninguém, você sabe.
Você é o meu amor... Mas não me queres!
Sei que me amas... Mas não me aceitas... Tens medo de mim....
Por isso te mato de ciúmes... morrendo eu mesma de amores e dores por ti.
Tem mais amor, continuava ela chorosa e mais pecadora arrependida:
sai de novo com o arquiteto...
E assim... Sendo eu casada, mãe de dois filhos,
tendo um marido sincero, e um amor verdadeiro, mas distante,
virei puta procurando homem.
Estou do mesmo jeito que estava
quando te encontrei...
Não procurei o cara, só no início,
mas já o deixei de lado...
Sei que isso é uma condição para,
pelo menos, preservar nossa amizade.
Não sei se você tem culpa, me deixando
apaixonada, faminta e solta assim
mas fico com raiva de você, do mundo e de mim.
Ela amava copiosamente o poeta,
mas não era dele. Compensava seu cio saciando-se
com outros por vingança, por ser vazia,
pela sua apostasia ao amor que a consumia...
E nunca houve outro amor puro, do coração...
Ela sempre repassava seus casos envergonhada
com o diário na mão e comentava para si mesma:
-Amor sei que você não vai gostar mas vou falar sobre o que aconteceu ontem.
E não se aguentava: repetia para si mesma, chorando, contrita,
quase que como num confessionário de modo genérico :
fui ao site de relacionamento. Ele é professor, eu professora e nos identificamos por isso. Ele é um bom homem, mas não é como você. Não é como eu gosto. Isso faz toda diferença para mim. Sei que não há desculpa, mesmo assim peço desculpas.
E chorando, continuava: Ouça, tenho medo, mas vou dizer: o conheci ; veio aqui só para me ver. Saímos, conversamos mas não aconteceu nada, nem sequer um beijo. Adorei o jeito dele, mas não houve química.
Outra coisa amor, prosseguia ela na sua catarse solitária:
eu não queria estar procurando ninguém, você sabe.
Você é o meu amor... Mas não me queres!
Sei que me amas... Mas não me aceitas... Tens medo de mim....
Por isso te mato de ciúmes... morrendo eu mesma de amores e dores por ti.
Tem mais amor, continuava ela chorosa e mais pecadora arrependida:
sai de novo com o arquiteto...
E assim... Sendo eu casada, mãe de dois filhos,
tendo um marido sincero, e um amor verdadeiro, mas distante,
virei puta procurando homem.
Estou do mesmo jeito que estava
quando te encontrei...
Não procurei o cara, só no início,
mas já o deixei de lado...
Sei que isso é uma condição para,
pelo menos, preservar nossa amizade.
Não sei se você tem culpa, me deixando
apaixonada, faminta e solta assim
mas fico com raiva de você, do mundo e de mim.