a grande face

https://www.youtube.com/watch?v=wNUM3_NK9bI

vim ver a vida

verdadeiramente

pela primeira vez.

abraçá-la

integralmente

em todos os seus aspectos.

segurar as rosas

com as próprias mãos,

sentir os espinhos,

experimentar a realidade dos espinhos,

deliberadamente,

em prol do perfume.

lancei-me em queda livre,

amando a deus em todas as suas faces

cujo próprio diabo

era só mais uma.

quanto a estes versos

escrevo-os para arrancá-los de mim

pois aceitei a prisão das palavras

que, mortas como são

jamais apreenderão este mundo

que é inédito sempre.

quanto a meu corpo,

não quero mais que seja cremado

mas devolvido à terra

cuja vida lhe emprestou.

quanto a minha alma,

não quero mais que seja salva

mas que se dissolva na alma do mundo

da qual há tanto se apartou.

quanto a meu espírito,

que não vá nem para o céu e nem para o inferno

mas se assente nas arquibancadas do espaço

e de lá contemple e aplauda

o espetáculo da dança cósmica,

por ter se tornado, como dizia Olavo

capaz de ouvir e entender estrelas

através do amor.

Chrystian Revelles
Enviado por Chrystian Revelles em 02/08/2018
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