PROSA POÉTICA PERDIDA
O meu vinho não me aquece, não está quente. O meu vinho não me acalma, não me esfria, não está gelado. Esse vinho não me faz esquecer (ou não quero esquecer?), ou tenho que esquecer? Esse vinho não me faz lembrar, pois permanece desde o início nessa minha mente fraca (ou quero que permaneça?), a tal lembrança, muitas lembranças – teus toques e retoques – teus lances e relances – meu(s) prazer(es) e desprazer(es)...
A minha fumaça não flutua, essa fumaça não, não é minha nem é tua. Um dia as espirais me inspiraram, inspiração insana. A nicotina (minha segunda menina) está aqui, permanece aqui – não me abandona (a outra me abandonou) – menina má. Vou tentar dormir, talvez consiga ou a poesia me persiga, ou tu dirás: “Poeta, siga! Pois, já parei”.
Adeus! Pois, “Deus dará!”.