O medo de ter medo
O medo dos brasileiros tem se manifestado de muitas formas. O medo de sair as ruas e ser assaltado. O medo de dirigir e perder o carro, a moto e a própria vida. O medo da bala perdida. O medo dos bandidos e da própria polícia. O medo dos desatinos dos políticos. O medo de sentir medo. O medo traduzido nesta belíssima canção: “O meu medo é uma coisa assim, que entra, vai e volta sem sair”. O medo de ter medo, muitas vezes, chega até a te amedrontar. Por isso, respire, relaxe, já que a ansiedade que vivencias não deveria nunca te controlar. O medo oculto, abstrato que nunca consegues enxergar. Esse medo que provoca em ti um sentimento assustador, mas que num impulso de sobrevivência ameaçada, começará a te encorajar. O medo, muitas vezes, também, é salutar. O medo de vir a perder a vida por causa de um celular. O medo de roubarem a tua senha no caixa eletrônico ou da saidinha do banco, antes mesmo que você perceba e, sem nenhum policial para te ajudar. O medo de ser livre e de se livrar dos preconceitos que insistem em te açoitar. O medo de chorar o sangue derramado de um ente querido, pela violência assombrosa que existe em tudo que é lugar. O medo de perderes a dignidade para sempre, por um erro cometido, mas que não tem forças para remendar. O medo daquele sacrilégio pela vida que o destino te impôs, mesmo que você não concorde, mas pelo qual continuas a pecar.
O medo caracterizado por uma percepção sombria de que algo está prestes para acontecer, sem que você perceba e que insiste em te assustar. O medo inesperado que te deixa vulnerável sem ter a menor reação para se defender, e então começas a chorar. O sinal de uma grave ameaça, no entanto, pode acender dentro da gente mecanismos de defesa, até então adormecidos, que nos diz que é preciso lutar. E, assim como no fio da navalha, partirás para o enfretamento, pelo instinto de sobrevivência que existe em cada um de nós, até que consigas, enfim, se livrar.