Paixões vitalícias?!...
""" ...Porque as paixões
vitalícias...
São nuas e cruas ilusões!
Das almas possessivas e temperamentais...
Que muito mais fazem o mal
Que o bem...
Aos seus escravos passionais. """
(Poetinha Armeniz Müller)
...Porque aquela que mendiga migalhas de sentimentos, enquanto espera tudo devorar do seu benfeitor passional é a paixão, nunca o amor!... Enquanto a paixão, essa danada, nem ao menos procura enxergar as necessidades dos parceiros apaixonados, mas apenas deles usa e abusa, nos seus instintos animalescos... Tão insaciável se mostra nas questões sexuais... Ao ponto de um ao outro levar a se matarem quando desprezados... E assim tragicamente acabando o relacionamento, induzirem a mídia a cometer um dos seus mais crassos erros de informação, quando em sensacionalistas manchetes grita ao mundo inteiro que alguém “matou por amor!”...
...Jamais, jamais, jamais!
Jamais alguém matará por amor...
...Jamais!
Quando o amor, esse divino sentimento é cuidadoso enquanto protetor e provedor, e em nada enciumado ou voraz... O amor nada exige, mas voluntária e sinceramente ao outro, por inteiro e pela vida toda, se dá.
Sem medo de errar poderíamos mesmo afirmar que a paixão, hoje em dia, é a “mina de ouro” dos advogados que defendem as causas criminais ligadas ao foro passional.... Sim, pois quando alguém conheceu um caso de paixonite aguda que pudesse alicerçar um longo e harmonioso casamento? Jamais! Não há como estender uma relação afetiva construída sobre a areia movediça da paixão, essa que nada mais faz que sugar a energia e a força de vontade do parceiro, ao ponto de torná-lo seu escravo (a) sexual.
E assim, dá-lhe divórcios e acordos milionários entre os ricos... E tragédias entre os pobres! Sim, porque todo bom detetive que ganhe a vida a investigar “casos de adultério”, esse bem sabe que os casos passionais na alta sociedade, via de regra, viram “acordos” milionários... E liberdade mútua para os parceiros “desapaixonados” saírem da relação e tudo em outra freguesia, novamente “apaixonados” recomeçarem...
Mas entre a classe “d” de “Devedores”... E a classe “z” de “Zicados”... Ali, nessa delicadíssima e montanhosa região passional, não se conhecem o diálogo e a compreensão, e nem existe dinheiro que possa dar conta de “remediar” a situação... Sendo assim, os “corticentos barracos” rolam o morro da agonia, dia e noite, noite e dia, estendendo o seu manto mortuário por toda a periferia...
Tudo no que tange à paixão entre a miséria humana – principalmente a pobreza de caráter... Tudo isso acaba em tragédia, cemitério e prisão!
Até os governantes gostam dessas tragédias passionais... E alguém conheceria uma melhor maneira de manter o povão afastado, anestesiado e ignorante dos achincalhes e desvios de verba e institucionalizada corrupção, tão comuns e por igual “aceitos” em todas as classes, nesta terra de tantos carnavais e “pequenas” tragédias sociais?
Responda rápido e sem muito raciocinar: Onde aí caberia o amor, esse divino sentimento, nessas conhecidas atmosferas de um ao outro tanto esnobar e humilhar... Até mesmo chegando a matar?
- Onde aí caberia o amor?...
Ao me deparar com um casal de velhinhos andando lentamente, de mãos dadas... Eu não tenho dúvidas de que ali se faz presente o amor, jamais a paixão... Pois essa, a tudo e a todos abandona tão logo escassas se façam as qualidades sensuais do parceiro... Aos seus olhos, os maiores atrativos para a sua temporária e voraz “colheita”. Sem tais efêmeros atrativos, e nem mesmo um caminhão de Viagra teria o poder de estender tal relação passional até o limiar da terceira idade. Dessa forma é que se torna até comum e socialmente “aceitável” - nestes tempos modernos, a descontrolada troca de parceiros que amiúde se vê... Mas bodas de prata, ouro e diamante, companheiro!
Disto esteja bem certo... Só quando o amor! o bom, generoso e verdadeiro amor, ali se fez primeiro.
I am sorry...
Armeniz Müller.
...O arrazoador poético.