PINGO DE VIDA
Quando o sol se põe a sorrir, ainda sem o seu calor, tento retribuir, fora isso uma espécie de dor. Meus braços se abrem com força e vontade, de perseguir um ponto distante, que horas antes, havia eu sonhado. Mistérios dessa vida, a ilusão nas rimas dos embriagados, sonham o impossível, enquanto tomados pela inconsciência. É meio dia, o sol me sorri diferente, algo assim intangível, repressor, opressor... Seu calor não me apaixona, eis que dormi demais, além da conta, parece uma afronta, para quem cedo desperta para vastidão de uma ocupação qualquer. Solidão agora entranha minha alma, como se por osmose, o sol me substituísse. Eu sou um pingo de vida, na vida que se consuma como final de novela. Previsível, inacreditavelmente perfeita, para quem abusou da arte de errar no dia a dia de um sonho qualquer.