Poetizar é exercer um lindo e doce ofício...
...Ou seria mera e triste sina de alguém?
Sempre que saio das redes sociais... Ali deixo mais um pedacinho do meu coração para alguém. É assim que comigo comumente acontece... Talvez mesmo na tentativa de algo de bom preservar... Não para mim, pois que nunca tive nem mesmo a pretensão de ser feliz antes de quem quer que seja...
Triste, triste, na real assim sempre foi o meu viver! Mas de quem é a culpa desse lamentável estado de ser? Ora, ora, ora! Pra que assim eu me preocuparia em encontrar culpados... Se nem ao menos sei o porquê de tanto assim sofrer? O fato é que eu muito me alegraria se um dia viesse a saber se sou realmente um poetinha... E se isso eu sou por ser assim triste de doer... Ou ainda se sou assim, triste de doer... Porque num poetinha assim a vida fez por que fez por donde... Até me obrigar a ser?
Não vejo saída para esse meu particularíssimo dilema... Como alguém, assim triste de doer... Pode ao menos almejar levar alegria e felicidade a outrem?
Realmente, isso eu não sei... O que sei, e isso até dormindo eu sei... É que a poesia - essa minha amiguinha semi-imaginária, nas suas mais belas e diversas formas gráficas e verbais, nem mais me procura... Visto ter feito já morada em mim! Mas também não arrasta um graveto sequer para mudar o meu contumaz triste estado de espírito...
- E então, quanto a isso o que farei? Se é que um dia terei forças para algo a esse respeito vir a fazer...
Entretanto - demorou mas apareceu o "entretanto"... O fato é que não posso a mim mesmo me negar um naquinho só de alegria e felicidade circunstanciais.
- Ah, isso também, não!
...E assim é que, mesmo escondido, vejam só... Mesmo comumente longe dos olhares e quase escondido mesmo daqueles que se dizem minha parentela, mas que no dia a dia se comportam como meus rudes carcereiros, muitas vezes busco me conectar a alguém que reconheço como anjos do Senhor... Ou mesmo simples, embora especialíssimos mortais, aquinhoados com a divina incumbência de levar e otimizar momentos de alegria e felicidade, à vida de seres viventes tão ou ainda mais infelizes que eu...
Portanto, ao meu umtantoquanto estranho modo de ver, o ofício do poetinha, na verdade, é semelhante ao das abelhinhas...Essas criaturinhas de Deus! Que zunindo alegres e bem-dispostas buscam por que buscam encontrar flores, as mais lindas e cheirosas e tenras que possam o seu pólen aspirar e levar para a sua colmeia onde, bem-dispostas, varam os dias e as noites a preparar o mais delicioso e doce e nutritivo mel, esse sagrado alimento para a vida... Até mesmo longínquas e desconhecidas criaturas alcançando e nutrindo-lhes o corpo, a alma e o espírito... ao assim levar-lhes, mesmo que também apenas por alguns momentos, boa porção de real e pungente felicidade.
Qual uma abelhinha com seu virtual potinho de mel, assim foi comigo neste teclado amigo, em tantas ocasiões desta minha vida de poetinha...
Tantas que já nem sei se verdade ou buscados devaneios de minh'alma...
Armeniz Müller.
...O arrazoador poético.