A CIDADE DOURADA
Entediado da vida
na velha Cidade Dourada
tomou a estrada comprida
numa fria madrugada
deixou para trás das muralhas
onde vivera por anos,
os trapos, sapatos e as tralhas
seus livros de estudos e planos
Então embrenhou-se na estrada
o triste Arcade insano
as mentiras reveladas
sobre as terras dos tiranos
também pareciam humanos
confuso de desesperança
eles não tinham chifres,
tampouco eles tinham cauda.
Aonde ele havia chegado
Não sabiam da sua existência
nem da cidade dourada
eles tinham consciência
Ele veio das profundezas
tem de ser engaiolado
sem saber a natureza
E o que fizera de errado?
Uma Besta capaz de falar,
Como fosse aberração?
Puseram-se a questionar
Sem piedade e razão.
Arrombaram a gaiola
causando o maior alvoroço
A indagar mente retorcida
tomaram-no pelo pescoço
O porquê da migração
e como fora a sua vida
e o que a Besta maldita
fazia na civilização
Retomaram a velha estrada
muito bem acompanhado
não havia ouro nem nada
a Besta lhes tinha enganado
Ao voltarem o olhar para besta
não viram mais o seu rosto
como um passe de magia
havia se descomposto
Ao ter novamente o seu povo
logo foi questionado
pois havia regressado
a sua Cidade Dourada
indagaram o renegado
que replicou indiferente
Eles não tinham chifres
tampouco eles tinham cauda