A Cidade é Minha
Estou nadando sobre tudo que eu sou
Agora estou submerso sobre tudo que eu fui
Meus sonhos são como poesias
Meus sonhos são como magias
Estou em cima de mim mesmo
Estou dançando sozinho numa cidade vazia
A cidade que eu desejei
E percebi que o vazio é mais vazio do que eu imaginava
Guardei os fogos para me comemorar, mas eu perdi
Não servi a vodka cara, por que sim, eu perdi
Me deixei perder, por mergulhar demais em mim mesmo
Deixei que a vodka me fizesse rir da minha derrota
Sem pontos sem vírgulas ainda há muito sobre mim que nem eu mesmo sei
Sem regras eu saberei, pois haverei de ter quebrados todas
Sem ritimos pois haverei de ter dançado todos
E será sem luz, pois eu iluminarei tudo
Sem medo pois eu serei o terror
Eu serei o terror, a luz, o medo, a agonia de mim mesmo
A cidade é minha, pois a luz do sol ainda não a iluminou
Ouço um sino soar me chamando
Acorda pois essa cidade tem donos
Os donos como eu, assistem a derrota em cima do muro
Eu percebo e apenas me atiro
Me atiro no apenas como se eu fosse tão pouco, como se eu fosse apenas
Eu sou indesejável e desejável ao mesmo tempo
Eu sou qualquer coisa menos qualquer coisa
Amanhece e essa cidade não é mais minha
Amanhece e não estou sozinho submerso sobre mim
Todos estão submerso sobre si
A cidade está submersa sobre ela mesma.