Velho Mundo Finito
A chuva lava a terra desde a madrugada, pingos fortes e nesta manhã pode-se sentir outros cheiros além do medo de alguns corações que lamentam não terem no arrependimento o tempo do perdão.
Se com o mundo velho o futuro era incerto hoje com o presente o passado é o mesmo sentido a frente.
O sabor da água cadente dos céus é doce quase um melado, em suas poças fica as pegadas dos perdidos em suas marolas densas estão os corpos dos vencidos e aos que suportam seus pingos as cicatrizes escorrem em seus membros fracos de luz.
As telhas quebram assim como as almas que se penduram em espíritos rasgados.
E ao longe no céu açucarado um feixe de luz rosado...
Varrendo o adocicado...
Limpando os vitrais neutros...
Os ventos...
Choram seus lamentos...
O polvo dos sentimentos...
Liberando novos pensamentos sem tempos...
Do velho mundo...
Finito.