AS MINHAS MÃOS
Minhas pequenas mãos murcharam
como as flores de um jardim sem vida
Não mais louvaram as alegrias vividas
Nas manhãs em que o sol ainda dormia
Não mais acariciaram a tua face querida.
As flores do meu jardim tão cheio de vida
Elas regavam com desmedido carinho.
Minhas mãos eram companheiras e escravas
Das tuas mãos e entrelaçadas com elas viviam
No aconchego dos lençóis do nosso ninho.
No doce aconchego, sem querer elas adormeciam
Ah, minhas mãos, agora solitárias, estão frias...
Elas que de carinho sempre estavam fartas,
Hoje pendem inertes como flores murchas, sem vida,
Dias após dias chorando saudade nas noites vazias...
Minhas mãos, ah, minhas mãos murchas e tristes,
Que não conseguem sequer uma carta escrever
Nem um lenço segurar para uma lágrima enxugar,
Estão cruzadas sobre o meu peito frio e vazio
Onde o coração triste insiste quer parar de bater...