"Nenhum"

Nenhum! Quantifica e qualifica tudo que está inserido neste conjunto infinito. Nenhum, é tudo e todo ao mesmo tempo, não há fim desde que não haja o começo, e se há um começo do Nenhum, o fim dele ninguém sabe ao certo.

O que se sabe é que o Nenhum tem valor indefinível, pejorativo talvez, mas impossível quantifica-lo e qualifica-lo. Pense na vasta dimensão cósmica, relacione-o no espaço sideral, esmoreça-o, tornando-o súdito de seu ceticismo. Sê cético, se duvidas da própria dúvida, é enternecer no eterno paradoxo.

Nenhum é indefinido. E se é infinito é incógnito, sê incógnito, inibe. Inibe, quando o teme. E sentir temor ao Nenhum é sentir-se coibido de olhar-se no espelho e ver-te nele refletido.



Indicaria a leitura de “Água viva”, de Clarice Lispector àqueles que persistem em buscar a resposta para a própria vida. E, caso não encontre nenhum caminho que lhe possa conduzir nesta busca, não “esmoreça”, é porque a sua busca não é de todo o essencial. No meu caso, um caso complicado, a busca existe sempre, e como eu disse a respeito do Nenhum, é infinita.