TEMPO GANHO... ETERNIDADE PERDIDA
Às vezes um momento... ganho
A passar tão veloz... e jamais retornar
E nele, tod’eternidade... perdida
Do freudiano princípio do prazer
Do qual todos se rendem e entregam, pois suas almas
A que por vezes se converte para sempre no "princípio das dores"
Não!
Não estou a falar de um céu após a vida
Refiro-me daqui mesmo... do tempo em que nele estamos
E que de fato... nele, pois vivemos:
O presente
Quanto vale o teu instante de agora?
Valeria a perda de uma long’amizade?
Na palavra mal proferida a que alguém outrora íntimo a deu?
Ah, a indevida e nefasta palavra!
Tão mal dita, e por isso tão maldita
A, quem sabe, a doer bem mais que um soco na cara
Visto que atinge e fere noss’alma
Ou então mesmo do silêncio omisso ou d’atitude peçonhenta
Em tal grau perversa e danosa
A demolir o sagrado edifício de uma relação no tempo construída
E assim se pergunta:
Valeu a pena pôr tudo por terra?
Compensou estragar o que s'esculpiu em sua vital jornada?
Ao que eu digo que não
E destarte naquele instante ganho... quanto, pois se perdeu!
Ah, Judas!
O que fizestes com Jesus?
Vendeste-o a preço de trinta moedas de prata
E, todavia, não teve nem tempo de gastar e esbanjar o seu pagamento
Fruto de seu prêmio
A restar-lhe consigo somente... o teu amargo remorso!...