TEMPO GANHO... ETERNIDADE PERDIDA

Às vezes um momento... ganho

A passar tão veloz... e jamais retornar

E nele, tod’eternidade... perdida

Do freudiano princípio do prazer

Do qual todos se rendem e entregam, pois suas almas

A que por vezes se converte para sempre no "princípio das dores"

Não!

Não estou a falar de um céu após a vida

Refiro-me daqui mesmo... do tempo em que nele estamos

E que de fato... nele, pois vivemos:

O presente

Quanto vale o teu instante de agora?

Valeria a perda de uma long’amizade?

Na palavra mal proferida a que alguém outrora íntimo a deu?

Ah, a indevida e nefasta palavra!

Tão mal dita, e por isso tão maldita

A, quem sabe, a doer bem mais que um soco na cara

Visto que atinge e fere noss’alma

Ou então mesmo do silêncio omisso ou d’atitude peçonhenta

Em tal grau perversa e danosa

A demolir o sagrado edifício de uma relação no tempo construída

E assim se pergunta:

Valeu a pena pôr tudo por terra?

Compensou estragar o que s'esculpiu em sua vital jornada?

Ao que eu digo que não

E destarte naquele instante ganho... quanto, pois se perdeu!

Ah, Judas!

O que fizestes com Jesus?

Vendeste-o a preço de trinta moedas de prata

E, todavia, não teve nem tempo de gastar e esbanjar o seu pagamento

Fruto de seu prêmio

A restar-lhe consigo somente... o teu amargo remorso!...

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 04/07/2018
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