Reflexões em natura. (Recebimento, doação e gratidão)
A estrada vai se esticando ao encontro de distâncias.
Galhos se pendem de um lado e de outro e em conversação, contam segredos da mata. Poeira do chão dorme serena e quando acariciada pela brisa, se ergue levemente, revestindo o verde das folhas.
Saudades, em histórias contadas por caminhantes transitam no tempo, ainda em ecos de pura solidão.
Mas, por vezes tantas, abriram-se sorrisos.
Desejos incontidos ousaram amores rápidos. Margens da estrada foram testemunhas e gozaram emaranhando capinzais.
Vida se faz de silêncio na brandura dos frutos amadurecendo;
Na alvura das nuvens desprendidas sob o horizonte.
Reflexões exercitam a mente, na captura das retinas fotografando detalhes da natureza; Inspira fazendo sentir divindades.
A beleza existe na exultação daquilo tudo que é belo e feio, porque ambos precisam de mestria para se fazer sentirem.
O que se diz bonito se faz talvez ao contrário. O que se é feio se delineia muito mais colorido, quando apreciado de verdade.
Os galhos soberanos das árvores, cobertos por folhagens verdes e lindas, ostentam bailes nos ventos que passam assediando-as.
Mas é a feiura das raízes, agarradas a terra que promovem esse prazer sentido. Se ganha seiva do solo, e as dá de presente à vitalidade dos troncos. Assim se faz a vida perfeita. Recebimento, doação e gratidão.
Tudo é dependente no que se diz movimento concreto e abstrato das naturezas terrestres, humanas e universais.
... A noite vem chegando, trazendo no colo, o luar e estrelas que lacrimejam orvalho.