A Caixa...
Uma caixa no meio do salão...
Longo é o seu piso...
E brilha...
E espelha a caixa em seu piso brilhante...
Rosa é toda cor...
Amarelas todas as luzes...
Brancos os céus...
Uma caixa de papelão...
E de fora são campos ao redor...
E dentro um salão...
O que há na caixa...
Há em sua volta cores rosa...
Amarelados olhos de proteção, em volta e meia...
Naquela caixa exposta...
Num longo brilho...
Interrompido pela silhueta cinza...
E caminha para caixa...
Leve desliza...
Enfrente a ela para...
E sem face olha para quem narra...
E quem narra cala...
E volta em passos para a caixa...
Abrindo sua tampa...
No interior da caixa uma criança...
Calada narra...
A surpresa do tempo...
Que cinza passa leve...
Num grande salão...
Longo e brilha...
A criança se solta da caixa, que o tempo abriu...
Maravilhada a criança narra...
Sua volta inteira...
Em todos os detalhes...
Fala em palavras...
O que sua caixa contém...
O que contém a caixa que a criança tem...
O poeta...
E sua poesia.