Cidadela

A história escrita pode ser considerada vivida, no entanto jamais poderá ser considerada um fato.

Mas estou aqui onde tudo teve fim, o fim de um começo que não me permiti viver.

Ando por essas ruas vazias e instalações, e o que vejo?

Vejo que o passado sempre volta a me perseguir com perguntas que fiz a mim mesmo.

Teríamos de fato o livre-arbítrio ou só tememos o poder de escolher?

Mas não seria as duas questões iguais?

Bom em toda a cidadela vê-se você a mesma ela, a mesma ao mesmo se comparado a mais pura inocência e ao mais belo amor.

Pergunto-me por que lhe disse que a ti jamais poderia bastar algo em mim. Hoje lhe digo que em um universo onde não exista o meu eu imundo, você só não me bastaria, como ali sempre seria o meu infinito.

Eu não pude escolhê-la, pois eu jamais seria o infinito e o bastante do pouco que era esperado, e tenho plena convicção de que, assim, não temos livre-arbítrio, o que é me imposto é a solidão.

O que alimenta meus dias são as vagas lembranças que tenho tanto suas como as de todos aqueles que por essa estrada caminhamos juntos, se tornando fantasmas em meus sonhos e dando realidade a uma vida que escolhi viver.

Escolhi te deixar, escolhemos partir, escolhemos tudo, só não temos e nunca teremos controle da vida, pois esta sim já é como um texto sem correção.

Muitas das vezes ganhamos tumores, solidão, amores e fé.

O que ganhei?

A existência é a minha doença, é o que me salva dos devaneios, dando motivação a outros de mim que ainda desconheço por não ser escolha minha, no entanto aceitável por ser imposto certa condição.

Obediente assim como aquele que desobedece ao seu dono, sem mesmo poder imaginar que o esperado era a desobediência, sendo assim bons e obedientes ou não até tornar-se um como seu semelhante.

Tantas palavras para lhe pedir perdão e deixar claro a ela que eu sou um meio de uma historia, e ela é uma nova realidade que se é vivida todos os dias que jamais virara história no papel, porque o que de fato se vive nunca será descrito com tamanha intensidade, pois ela é infinito amor.

Autor: Jaciel Vidal 24 de agosto 2017.

Jaciel Vidal
Enviado por Jaciel Vidal em 13/06/2018
Código do texto: T6363440
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