Céu do entardecer





O tempo passou, as flores que você me deu,
murcharam, deixando algumas sementes
que aos poucos vão se renovando,
e cada uma delas que tem gosto em nascer,
são flores lindas,
que enfeitam dia após dia, os caminhos
por onde eu ando sem você.
Às vezes eu até paro para ouvir o que elas
tem à me dizer, nenhuma dessas novas
flores me pedem pra eu lhe esquecer.
O que elas me falam? - De você.
Elas me dizem pra eu deixar  o amor correr solto!
Sendo amor, não se perderá na poeira,
voltará só, talvez, mas, sempre sorrindo pelos verdes campos
ou pelas plantações sem vida, depois das queimadas,
sem se importar com o tempo.
Como uma borboleta impetuosa, livre,
procurando jardins, sem qualquer temor, se jogando
sobre a tímida flor...
À revelia das intempéries ou dos tormentos
da costumeira melancolia que sempre vai deixando,
o céu do entardecer, varrido,
quando pinta as cores do crepúsculo
que embevece, mas, acentua a dor de um amor que foi,
Foi, até se perder,
Fazendo lembrar a inconstância da alma, que faz doer.

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 11/06/2018
Reeditado em 03/10/2024
Código do texto: T6361513
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