O mundo da psiquiatria no Brasil, antes, durante e depois de Nise da Silveira

 
Nise da Silveira que revolucionou o tratamento da loucura no Brasil é digna desta louvação;
Recusou-se a adotar métodos usuais da psiquiatria clássica, adotados até então;
Contrária ao uso da camisa de força, da aplicação do eletrochoque, utilização indiscriminada do uso de medicação que deixava os pacientes grogues, levando-os ao chamado estado de impregnação;
Afeto para ela era a mola propulsora para aquele que vivia preso a seus conflitos internos, e que muitos classificavam de doidão;
Primeira defensora de um tratamento diferenciado, onde a terapia ocupacional falava mais alto e, que ela adotou como uma boa opção;
E, assim seus pacientes começaram a se manifestar através das artes plásticas, dignas de uma boa exposição;
Pacientes psicóticos que viviam num mundo fechado, onde a realidade de suas vidas era outra e, que foram encorajados a conviver e se inteirar com gatos e cachorros, numa afetividade recíproca, provando que era possível a reabilitação;
No mundo louco em que vivemos, Nise defendia a loucura necessária para a nossa sobrevivência. E por que não?
Afinal, de médicos e loucos, todos nós temos um pouco! Seria isso o sublimar de uma imposição de padrão?
Nise foi considerada uma mulher muito a frente de seu tempo, não se deixava vencer e muito menos subjugar, mas nunca deixou de agir com o coração;
Para concluir esta singela homenagem à Nise e, fugindo um pouco as rimas acima com a terminologia “ão”, que tal este precioso pensamento atribuído a ela:
“Não se cura além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura. Vou lhes fazer um pedido: Vivam a imaginação, pois ela é a nossa realidade mais profunda. Felizmente, eu nunca convivi com pessoas muito ajuizadas”.