O Ônibus

É parecido como ônibus, neste universo de sentir, transportando nossos sentimentos à vida inteira e não damos conta de tantos passageiros que lotam nossas poltronas vermelhas e azuis.

Não importa as cores das poltronas, mas as intensidades que os passageiros passeiam em nossos itinerários.

Às vezes nem contamos às paradas que damos para descerem ou subirem passageiros novos e antigos. Sentimentos que transitarão por toda a nossa vida.

Na primeira parada de nosso itinerário embarca a alegria, e contagia todo o interior sentando no primeiro banco. Mas como um presságio logo aperta a campainha e desce no próximo ponto.

E assim embarca a tristeza, e senta no último banco, logo embarca também a saudade, que procura seu lugar ao lado da tristeza.

E esta sempre perguntando à velha amiga em quantos pontos se passou o ônibus. Logo em seguida embarca a compreenssão, que logo pede ao motorista para avisa-la quando chegar ao seu destino, na avenida da pasciência, perto da esquina do discernimento.

E assim chegando ao seu destino, desembarca a compreensão e embarca a desilusão, que reclama um lugar na frente, mas o ônibus este lotado e ela fica em pé. No próximo ponto embarca a esperança, mas desce logo, pois a desilusão pisa muito em seus pés.

Quando o motorista percebe pelo seu retrovisor que o ônibus esta lotado com todos os sentimentos. Quando a desilusão grita com o otimismo, dizendo que ele sorri muito e continua apertando todos que estão em pé. A tristeza reclama das luzes acesas dentro do ônibus. E com tanta confusão dentro do ônibus o motorista não percebe que um sentimento deu o sinal no ponto e ele não parou.

bbbrrrrrrrrriiiiiiiiiiiirrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr..., freou bruscamente fora do ponto para que o próximo sentimento embarcasse, que na qual entrou pela porta traseira, pois a dianteira estava entupida. E assim sem reclamar ficou apertadinho no fundo do ônibus, mas junto ao passageiro subiu também o fiscal da linha, pela porta da frente, e ficou ali sorrindo para o motorista, que preocupado não demonstrava qualquer apreço.

O motorista não percebeu, mas não parou em nenhum ponto para desembarcar passageiros, com tamanha bagunça no interior do ônibus e não ouviu sinal de parada. E sente que não aguenta mais tanta confusão dentro do seu ônibus.

Percebendo a irritação do motorista, o fiscal da linha diz:

___Como você quer ter paz no interior do seu ônibus...?

___Se você não para nos pontos em que eles dão o sinal?

E assim o fiscal completou.

___Cada sentimento tem seu ponto certo para descer,...

___E não há um sentimento que não queira descer,...

___Pois todos querem, mas você não percebe.

Refletindo longamente, o motorista percebeu que o fiscal estava certo, e olhou para o cobrador e sorriu, olhou em seguida para o fiscal e agradeceu.

Nos próximos pontos o motorista calmamente prestava atenção nos pedidos de parada que cada sentimento acionava o sinal.

E assim ficou apenas um passageiro no interior do ônibus, que pelo seu desconforto, perguntou ao motorista.

___O senhor vai sair logo para seu itinerário de volta...?

O motorista consentiu que sim, e mais tranquilo continuou sua viagem.

O motorista...: SER HUMANO

O cobrador...: UM AMIGO

O fiscal...: DEUS

O último passageiro...: O AMOR.

Não importa qual sentimento, e em que ponto ele vai descer,

sempre precisamos deixa-los descerem para que o amor nos acompanhe sempre...

CARLLUS ARCHELLAUS
Enviado por CARLLUS ARCHELLAUS em 05/06/2018
Código do texto: T6356154
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