Passagem...
Vida...
Túnel em tempo ao portal...
Coloridos quadros...
Pretos e brancos em detalhes...
Retirar a passagem no guichê...
As malas nas costas...
Regressar ao som ilustrado nas valsas...
O bilhete na mão esquerda...
A direita...
Um cravo vermelho...
Uma vela ao vento longe...
Trazendo a ventanias babilônicas....
Refaz o ar...
Cabelos grisalhos para trás...
Deitados cada fio...
Tingidos pelas circunstancias...
O caís suspenso...
Encostas negras...
Sem fundo o mar desce...
Um suspiro de despedida...
Soltando o ar pressionado...
Deixando a vida exposta em sua fratura de adeus...
Salgados os lábios engolem úmidos e mudos...
Aquele sal...
E seu sabor reverte em saudade em outra alma...
Em outra face...
Em outra vida...
Viva.
As luminárias do mar acesas pela lua...
Naquela água parada negra e esverdeada em marolas...
O veleiro atraca neste caís...
A escada distorce e comprime a resistência...
Uma viagem longa e sem volta...
Cada passo vagaroso...
Deixando sua essência perfumar uma possível desistência...
Sem acenos...
Sem os mil beijos...
Solitária viagem...
Parte o veleiro...
Com o seu passageiro...
Em seu destino certo...
Fraco e resistente...
Pequeno e ainda vivo...
Segue a essência...
Para outras terras...