Redentor dilacerar
Sinto em meu âmago pertinaz implosão insólita de todos os sentires universais
A advir da dilacerante culpa perene da existência.
Do aquiescer-se de saborear com ferocidade e impetuoso desejo e deglutir e derramar por orvalhados orifícios e submergir com toda a integralidade do oblíquo Ser no doce pecado da carne quente e macia
e de impecável estética e sublime textura e aos sentidos celeste opulência.
A dilacerante culpa perene dos tropeços que esquartejam taciturna alma errante
a rastejar sob rubro tempestuoso oceano de ferro e sal do corpo
Que expande e contorce e afoga e dispara n'a sólida marcha em pretensão obstinada por redenção
A dilacerante culpa que reverbera pungente a florescer d'A eterna Graça da consciência do Ser e do Si a carecer e postular o reto impecável erigir-se e manter-se
A dilacerante culpa da dubiedade das transitórias sempiternas personalidades efêmeras que se albaroam no pairar em irrefreável fluxo excêntrico
e abstém-se de conversarem posto que circunscrevem cabal desdém a ignoto outrém
Vomito em locuções disformes e construção amorfa de estilhaços d'emoção vazios de propósito essa exorbitância de vida
pra tangir enfim a calmaria
no silencioso etéreo fluir.