A janela
 
Dentro do meu aposento busco me encontrar, tudo está tão limpo... igual ao meu cérebro.
Nas minhas mãos, sujas de tinta acrílica... um pincel, que nada faz sem mim, que nada faço e nada sou, sem Deus.
A luz do sol que adentra o quarto me aquece o corpo e me satisfaz à alma.
No espelho, a minha frente, onde eu me buscava... sem pedir licença um raio de sol interrompe a minha busca, e me deforma à imagem. Não vejo o meu rosto, em seu lugar uma luz resplandece...
Perdi o rosto e ganhei o sol. Enfim, encontrei-me recuperei à visão... Sou luz!

Olho para a janela que me parece um quadro emoldurado, cuja tela é vida... Sol e vento em movimento: pássaros que entoam cânticos altissonantes, borboletas batem as suas asas e pousam nas flores do jardim... Um beija-flor fica suspenso no ar sugando o néctar das begônias; a abelhinha dá voltas fazendo zum-zum-zum... e, pousa na cortina da janela para me mostrar a sua beleza.
Descansei o pincel e cobri a tela da minha criação: “natureza morta” ... A janela me revela um quadro incomparável: Vida!


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EstherRogessi
Enviado por EstherRogessi em 04/06/2018
Reeditado em 10/06/2018
Código do texto: T6354899
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