E Assim Nascem as Flores-capitulo-1
O vento caía na depressão do olhar, naquela tarde, uma vazia e
Opaca visão,
Os dias consumindo os pensamentos em reflexões sem direção, e
Com os pés enraizados no chão e voltar ao precipício em viver
Num passado que trouxe o desejo de esquecê-lo.
Talvez se os sentimentos fossem mais suaves, nada ocorreria com a
Desilusão de viver novamente, viver sem a demora de
Morrer, morrer mais depressa e estar livre.
A morte seria a solução para o desnível que a vida evoluiu na
Fonte seca de amar.
A vida escravizou todas as vontades, e suas correntes fazem da
Textura humana ficarem presas nas garras da solitária
Compreensão da vivência mórbida do sonhar.
Tudo será fácil, quando o sol não iluminar o sorriso que
Entristecido ajoelhou-se na própria sombra e pedir perdão sobre
Sua lápide.
A loucura de pensar no futuro, que nunca chegará para inverter
Um passado.
Os músculos levantarem e enterrarem velhas leis que pesam na
Subconsciência humana.
A cadeira fora da mesa nos quatro cantos da sala de
Jantar, natureza morta de uma semente viva que a alma cortou das
Florestas para prendê-la com os mesmos pregos que prendem hoje
Os seres em suas cansativas evoluções ilusórias, caminhos que não
Encontram perfeições.
Um pedaço da árvore que transformou-se em mobília,
Um ser que faz parte da mobília no tempo, nos quatro cantos do
Seu interior primitivo.
No centro a mesa da sobrevivência, o alimento deixado pelo seu
Suor, e que agora escorre em seu peito regando seu
Pensamento, aonde floresce a amargura das sombras, que sufocam
Pelas maldades do seu infinito coração.
E assim nascem as flores......................
E assim nascem as cores......................
E assim clareiam as dores....................
E assim escondem-se os rancores.
Sentado no piso frio da compaixão, os seres fantásticos dos sonhos
Esparramados em um ponto perdido na penumbra do final da
Tarde invadindo os quatro cantos do lar, amargo lar.
As sombras do que foi o dia, a noite penetra na transfigurada
Emoção paira na densidade do ar. As mãos abraçadas nas pernas
Encolhidas, num abraço solitário escondendo as rugas entre as
Pernas, e o arrepio das serenas trevas que engolem a
Alma, deixando-a na digestão sombria e saciada.
Envergando a coluna invertebrada das dores do coração
Dilacerado.
Viagem insólita nas paisagens envenenadas do pecado, nas horas
Que fazem existir as inquietudes, as mudanças de lugar.
Deitado no tablado do rancor descansa a nobreza das súplicas e
Dos juramentos infiéis, no flagelo de arrancar seu próprio
Poro, sua própria alma.
No alto o teto aonde os fantasmas lançam suas mãos e o medo
Transforma a coragem em tremulas ficções efêmeras.
O holocausto do sentir nas mãos, e as mascaras se confundem com
Sentimentos dos que foram, os martelos pregados de todas as
Figuras negras e pálidas dos dias que eram e nunca serão os
Mesmos anos.
E assim nascem...............
E assim morrem..............
E assim infiltram.............
E assim sustentam.............
Ouvindo o silêncio....
São pestes nos sentimentos.....
As dores escorrendo.....
Nos perfis do coração.
Acordar para o próximo ato.....
Embrulhar o presente.......
Por um laço apertado do passado......
Ofertar para o futuro.
As paredes amareladas.....
As marcas das mãos.....
Usando-as como alavancas....
Para erguer-se.
Os profetas têm suas razões.....
As primaveras têm seus verões....
Os invernos têm seus sacrifícios....
Mas o amor tem seus artifícios.....
Na calada....
Nos vulcões....
Nos internos.....
Os grilhões.....
A espera....
A quimera.....
A química.....
A translúcida......ÍRA.
O imortal sossego.....
Num quintal de ervas adornadas....
O pó das ervas incrustadas.....
Nas mãos do insquisitor.
Encontrar uma só razão.
Para resistir esta solidão.
Este escalpelar.
Esta madrugada sem amar.
Deitado vários dias na disposição de sua vida, na conclusão óbvia
Da depressão interna, o ser levanta da sua hibernação, casulo e
Cambaleando e senta na sala de estar.
Com as costas arqueadas para frente, e somente a visão do chão
Lhe é permitida, seu passaporte para os próximos sonhos foram
Cegados pela sua consciência.
É nesta sala que tudo começou a terminar, o fim enlouquecedor de
Sua existência. Renegado e expulso dos seus sentimentos pela
Inconstância da vida alheia.
Como um cacho de uva, foi colhido de sua parreira, pisoteado seus
Bagaços foram ofertados aos animais herbívoros dos campos, e
Humilhado por não pertencer à mesma safra do vinho. O vinhedo
Está seco como sua boca, as paixões estão claras como suas frestas
Na janela, que não deseja abri-las para os sons do mundo não
Entrem.
Seu mundo esta em balanço, aonde as contagens das horas
Começam a terminar como seu desejo de viver, e se consome em
Letras embaralhadas.
O querer ficou para trás, somente a vontade de sofrer satisfaz seu
Ego, e se entregando á sua união de despedir-se deste maltrapilho
Cansaço, deste corpo que não há encaixes para as vidas que virão.
E assim nasce o desejo......................
E assim nasce o despejo da alma..................
E o espírito padece.................
E não pertence mais ao tempo.................
As horas......
As horas......
As horas......
Não ficam......
E nem vão.....
A consciência...
Está empedrada....
Pedra....
O suicídio.....
É uma arma em minhas mãos....
O gatilho no dedo....
Os dedos na solidão.....
O fim.....
Ou recomeço......
Ou medo....
Insegurança....
Atirar, ou não!....
A decisão....
Até o sol.....
Até a lua.....
Pular do meu edifício.....
Pular de cabeça....
Pular de coerência.....
Discernimento....
O que fazer?.....
Agora!.....
Nunca passou o ontem...
Nem os dias posteriores....
Todos estão surdos.
Adormecer com este fel nas mãos que procuram os lábios para
Acalentar os desejos e tornar pó novamente nesta sala inundada de
Ardores grelhados do fogo da ilusão. E vestir-se das mortalhas, das
Madeiras encaixadas e pregadas por alguém que na vontade de
Estar sonhando.
Adormecido nos véus das noites frias, e após a vida.
Na fresta da janela uma luz corta as trevas da sala de jantar. A
Refeição esta no chão esticada e fria na alusão das perdas, das
Proteínas escassas e consumidas na negritude da alma.
A sobremesa esta no chão, o corpo, as sobras que a vida degustou.
Nada sobrou das sementes, deste fruto que foi colhido da sua
Árvore, a suposta vida.
E a fruta foi lavada pelas lágrimas do seu rio de sentimentos e
Vendido como tâmaras no mercado aberto das sociedades
Hipócritas. Escolhido, apertado, aprovado para sentir seu suco, o
Suco doce da sua alma, e que restou foi o amargor do espírito.
Foi negociado como tâmaras, mas em seu íntimo era como
Laranja, que sugado a vitamina C da compreensão tornou-se a
Própria doença da ignorância.
Colocado à venda nas barracas de seu caminho, sob o sol, a chuva e
As pestes agrícolas alheias, caiu no chão e apodrece.
O mau cheiro das promessas confundem os perfumes das
Cumpridas.
A personalidade foi escravizada e jogada nos porões dos navios
Negreiros, o sofrimento de remar com o chicote nas costas e todas
As feridas sendo secadas pelas águas salgadas da prepotência e
Desejar retornar ao convés.
Mas o feitor chicoteia mais forte, e faz retornar nas ilhas do
Vulcão de lavas do ódio e da incompreensão.
E quando a fuga é necessária e sentida, a liberdade esta nos
Primeiros degraus que levam até o convés os odores das
Esperanças entram nos pulmões em um suspirar longo e respirar
Novamente. O feitor aborda e completa o castigo, chicoteando e
Mostrando como exemplo para todos os sentimentos. É o tronco
Dos choros, do chicote e dos flagelos.
O ser é o tronco, a vida cativa parada na rotina e escrava.
O chicote são os sentimentos, que inflamados fazem marcas na
Alma.
O feitor é a lembrança de tê-las nos porões da consciência.
Não haverá mais a exposição dos sentimentos, nem a verdadeira luz.
Apagou-se.....
Apenas haverá o ser na inerte aspereza de viver e respirar não
Amando mais.
E assim o feto apodreceu no ovário............
E assim não haverá mais bebês............
E assim a esterilidade confirma...........
E assim não terá gerações............
A sociedade reclama a rotina dos ser.
Para que rotinas?....
Sem pontes para passar?.....
Sem fome para saciar?......
Sem tecer as vestes do respeito?....
Sem provar o algodão doce dos anseios?....
E estar só.......
Na própria pele.....
A sociedade aclama seu externo coração.
Na própria veia....
Sugado pelas palavras...
Pelo conforto não verdadeiro...
Levantar meu espírito, não somente....
Mas abrigá-lo nesta íra da solidariedade...
Que ao invés de sentir o que sinto...
Não quer estar na mesma pele....
Nada vale no vale das sombras, nas amplitudes e longitudes que o
Espírito esta prestes a partir.
Até quando sentira o desejo de retirar-se deste mundo?...
Todos os dias morrem os mendigos das paixões....
E assim....
E assim....
E assim....
E.....
Cabelos nos altares....
Brilho no olhar...
Beijos sufocados ...
Beijos libertados....
Te encostar na parede...
Te puxar para a rede....
A rede do caçador...
A rede do caçado....
Entre paredes do terraço...
No soluçar do triste pavor...
Das terras...
Das enquetes...
Das famílias....
Das chuvas ácidas....
Nada trás....
As traças comeram o amor....
As trancas prenderam...
Soterrados, os ventos saem....
Na respiração cômoda...
Acomoda as baratas...
Baratas desilusões....
Baratas....
Traças....
A barba, que baba....
Cuspir....
Tudo para dentro....
Sem envolver o que está....
Para acontecer....
A pedra mó....
A cerca, o muro......................, O escuro.
.........................................................//.............................................................
Vem que eu quero!.....
Não venha desespero!.....
Vá para o norte!.....
Para longe de mim!.....
Estou aqui na sorte!....
Na morte que esta em mim.
Vejo uma cadeira de balanço!....
Á se movimentar, sem ninguém nela!....
Embaixo de uma soleira de madeira....
E balança!!
E balança!!
Quem é o dono da cadeira que balança?....
O balanço é a vida na cadeira....
O balanço é o tempo que incendeia....
Quem balança o tempo na cadeira?.
Na frente um milharal....
Uma plantação, uma árdua plantação....
Quem colhe o milho?....
Quem faz do milho, o fubá?....
O bolo de milho....
O curau.
Ao lado a mesa do café....
Ao lado as veste de um rei...
O HOMEM na porta...
A MULHER com a bandeja na mão....
O cheiro do café....
O perfume das frutas vermelhas....
Amargas.....
Não como fel.....
Adocicadas como mel.
Cair de joelhos....
Não sentir os cotovelos....
A cabeça balança....
Com a cadeira que balança.....
A consciência balança.....
As mãos adormecem.....
Os olhos pesados.....
O coração balança....
Os sentidos balançam.....
Dormir....
Dormir.
Na poltrona, meio corpo acima descansa, meio corpo para baixo
Balança.
Deitado na imensidão dos pensamentos, quer levantar-se, mas a
Fraqueza incomoda suas vontades e suas energias continuam nos
Entroncamentos.
Sou uma pedra....
Sou a lasca da pedra....
Sou a areia que formou-se da lava....
Me lava rio!....
Me encharca suor do mar!....
Do mar de mim!...
Suor de todos os poros....
Saia deste corpo!....
Para o degelo!....
Pedras de gelo.
Pinga....
Entorna....
Respinga....
Na orla....
Neste cais.
Neste pobre cais....
Neste nobre jamais....
Suplicar....
Nunca mais.
As súplicas de coragem para os dias, Movem os ventos, rebentos,
De estar em pé nas largas ruas, Nos moinhos que trituram,
Nas estepes do jardim do éden, Os pensamentos, sentimentos,
Nas alcovas, nas ilhas que movem. Os dias que não serão os mesmos.
E assim bailam as sementes.................................
Que caem nos caminhos..............................
Que brotam em redemoinhos..............................
Que fazem do amor.................................
Uma fruta nascer..............................
Uma fruta que sacia sua fome............................
A vontade de saciar.............................
E a vontade de engordar seu coração...............................
Viver na alma gorda da paixão........................................
E saber que de fome...............................
Não irá morrer......
E assim sabe-se....
E assim se quer saber......
Que o ser ama....
Até viver....