QUANTA FALTA...
Daquelas tardes de outono no campo...
Dos travesseiros de plumas de ganso,
Das primaveras e dos seus rouxinóis
DA seda macia dos nossos lençóis...
Das fortes chuvas dos verões... passageiras
E da passarada que debandava...ligeira!
Das folhas da mata que pousavam em nós,
Do quadro bucólico daqueles pôr de sóis!
Das tuas mãos a acariciar o meu rosto,
Dos beijos molhados a tatuar o meu corpo...
DA brisa no quarto que remexia a cortina
Do odor perfumado, que nos derretia...
Da fina fainça a tilintar na cozinha,
Do café torrado...logo de manhãzinha!
Do leite ordenhado artesanalmente,
Daquela alvorada sempre tão contente!
Das primaveras que decoravam as floreiras
E das nossas azaléias...tão alvissareiras!
Do abajur... de tênue lâmpada acesa,
Que parecia acender...iluminar a certeza...
Que falta eu sinto daquele enredo,
Dói mais que infarto que mata o peito!
Eu sinto saudade da história que um dia,
Rimou meus poemas...que foi só fantasia...