Te ter de corpo e não de alma
Entra. Senta aqui. Toma um café. Pode ficar, é seu. Olha pelas paredes, estão cobertas de borboletas. Meu estômago é seu pra você dar nó toda vez que sorrir. Esse coração também, só tira a poeira, costura aqui e acolá. Ta quase novo. Quase. Eu sei que o seu também não tá inteiro. Coração nunca tá. Mesmo assim eu quero. Eu cuido, juro. Costuro o teu no meu e faço lar pra nós dois. Protejo do sol, da chuva e do frio, menos do calor que é o que eu sinto com você por perto. Eu queria que você quisesse. É importante né? A gente se ligar de peito, além da sua mão na minha cintura, acariciando o tecido fino da minha blusa. Eu te quero. Queria que fosse pouco, mas eu preciso dizer que quero muito. O teu beijo não é suficiente, porque eu preciso do que você tem dentro, lá no fundinho da alma. Tua voz me basta para dormir por mil anos. Teu cabelo é o travesseiro em que eu quero me afundar pela eternidade. Mas é pouco, meu bem, é pouco. Te ter de corpo e não de alma.