Quar(enta), eita!
A arte de celebrar os quarenta começa com o desejo de revisitar minha história.
Vamos lá. Onde nasci? Pouco importa. O mundo tem sido meu lugar desde que me entendo por gente. Ora aqui, ora acolá. Vou seguindo o ritmo do tempo onde Deus me colocar.
Quem são meus genitores? Ah, esses não dá para descolar. Joãozinho e Maria dos contos de fadas. Histórias perfeitas nos livros. Eles fizeram adaptações. Não saiu tão perfeito assim, mas continua sendo um conto de fadas.
Minha formação? A existência. Tenho percorrido o caminho da alma humana desde muito cedo. A filosofia existencial ganhou meu coração no início. Depois enveredei pelos caminhos da teologia. Queria entender quem era o homem, filho e imagem de Deus. Mais tarde veio a espiritualidade. Comecei o mestrado me questionando qual seria a minha espiritualidade. Já se passaram cinco anos, e juro que ainda não sei. Nos últimos quatro anos, a psicologia veio para fechar um ciclo de significados. A psicanálise trouxe uma chave interessante. Descobri um significante que amarrava as minhas demasiadas buscas. Compreendi parte do homem e me contentei. Descobri que nunca se sabe tudo. Nunca se alcança o todo, e nunca serei completo. Perceber-me assim foi minha salvação. A filosofia e a religião desenhavam um ser completo. Doce ilusão que me ludibriou por décadas. Hoje sou mais forte e feliz à medida em que me sinto faltoso e limitado. Passei a olhar o meu semelhante com mais naturalidade e sem julgá-lo, nem com o olhar da fé nem da razão. Tornei-me um romântico? Sim. Acredito que sim. Não nos termos do romantismo, mas na essência do ser. Vejo uma constante busca pelo amor. Todos possuem o desejo de ser amado, inclusive eu. Se antes eu tinha medo desse sentimento, hoje percebo que não se vive sem ele. Desejoso de ser amado, inicio os meus quarenta. No horizonte, a certeza de que o tempo urge. No peito, a alegria de ter vivido bem o tempo que passou. Ah, meu medo? De que não tenha tempo de viver o que ainda está por vir. Não tenho medo da morte. Ela não me intimida, pois aqui dentro pulsa vida, mas a incerteza de quando ela chegará, isso sim me assusta. Mas enquanto ela não chega, deixe-me viver. Deixe-me fotografar. Deixe-me poetizar meus dias. Deixe-me musicalizar meu tédio e espalhar minha alegria. Se alguém quiser seguir essa jornada comigo, seja bem-vindo. Agora, para os #invejososdeplantao resta apenas lhes dizer: perca seu tempo não. Foi-se a época em que a sua opinião machucava meu coração e intimidava minhas escolhas. Hoje sou feliz. Hoje sou mais eu. Hoje eu completo quarenta. Essa é a vida que Deus me deu.
Beijos.
A arte de celebrar os quarenta começa com o desejo de revisitar minha história.
Vamos lá. Onde nasci? Pouco importa. O mundo tem sido meu lugar desde que me entendo por gente. Ora aqui, ora acolá. Vou seguindo o ritmo do tempo onde Deus me colocar.
Quem são meus genitores? Ah, esses não dá para descolar. Joãozinho e Maria dos contos de fadas. Histórias perfeitas nos livros. Eles fizeram adaptações. Não saiu tão perfeito assim, mas continua sendo um conto de fadas.
Minha formação? A existência. Tenho percorrido o caminho da alma humana desde muito cedo. A filosofia existencial ganhou meu coração no início. Depois enveredei pelos caminhos da teologia. Queria entender quem era o homem, filho e imagem de Deus. Mais tarde veio a espiritualidade. Comecei o mestrado me questionando qual seria a minha espiritualidade. Já se passaram cinco anos, e juro que ainda não sei. Nos últimos quatro anos, a psicologia veio para fechar um ciclo de significados. A psicanálise trouxe uma chave interessante. Descobri um significante que amarrava as minhas demasiadas buscas. Compreendi parte do homem e me contentei. Descobri que nunca se sabe tudo. Nunca se alcança o todo, e nunca serei completo. Perceber-me assim foi minha salvação. A filosofia e a religião desenhavam um ser completo. Doce ilusão que me ludibriou por décadas. Hoje sou mais forte e feliz à medida em que me sinto faltoso e limitado. Passei a olhar o meu semelhante com mais naturalidade e sem julgá-lo, nem com o olhar da fé nem da razão. Tornei-me um romântico? Sim. Acredito que sim. Não nos termos do romantismo, mas na essência do ser. Vejo uma constante busca pelo amor. Todos possuem o desejo de ser amado, inclusive eu. Se antes eu tinha medo desse sentimento, hoje percebo que não se vive sem ele. Desejoso de ser amado, inicio os meus quarenta. No horizonte, a certeza de que o tempo urge. No peito, a alegria de ter vivido bem o tempo que passou. Ah, meu medo? De que não tenha tempo de viver o que ainda está por vir. Não tenho medo da morte. Ela não me intimida, pois aqui dentro pulsa vida, mas a incerteza de quando ela chegará, isso sim me assusta. Mas enquanto ela não chega, deixe-me viver. Deixe-me fotografar. Deixe-me poetizar meus dias. Deixe-me musicalizar meu tédio e espalhar minha alegria. Se alguém quiser seguir essa jornada comigo, seja bem-vindo. Agora, para os #invejososdeplantao resta apenas lhes dizer: perca seu tempo não. Foi-se a época em que a sua opinião machucava meu coração e intimidava minhas escolhas. Hoje sou feliz. Hoje sou mais eu. Hoje eu completo quarenta. Essa é a vida que Deus me deu.
Beijos.