Sob o luar...
Lua linda no céu, se mostrando sem pudor pelos
raios solares que a desnudam.
Galhos de árvores se tocando no baile propiciado pelas
brisas leves que passeiam ares.
Cheiro de mato se molhando de orvalho,
excitados para fazerem amor de madrugada.
É que a natureza transa no escuro e trança ramagens e vida,
sob a luz estelar cintilante de noites frias.
Vaga-lumes sobrevoam amores nas planícies
e iluminam o silêncio em pontinhos.
Aves noturnas bem despertas aproveitam olhares escondidos.
E tantos segredos são revelados, mas continuam em salvaguarda.
Córrego mansinho, com seu curso d’água namora barrancos e capim cidreira e vai deslizando suave em acalantos, indo sumir mais adiante em várzea estendida, dando evasão a novos córregos nascentes.
A estrada vazia parece dormir coberta de poeira.
Sua pele é que transpira o pó.
Lá em cima a lua tal qual dama no palácio,
convida para o quarto, mostrando a cama estrelada.
Se a vida fosse somente encanto no ser, tal qual o é na natureza quando bem observada, tudo seria intensamente bom.
Mas sem arbitrariedades, de nada adiantaria toda beleza,
visto que seria comum a todos. A magia da vida, está na conquista das diferenças e percepções e valorizações sobre elas.
Os detalhes é que costuram a colcha inteira.
A mesma que serve para aquecer,
tantos quantos estiverem no mesmo trabalho de juntar remendos.