Arriba Cuba! Mas viva o Brasil!
Hoje Cuba é aqui, não consigo ver o quintal cheio de folhas, me armo de coragem e vou à luta, "vou varrendo vou varrendo". O dia favorece, céu a mil, sol de primavera e a mesmice da rua, sem trânsito, até as pessoas sumiram, por vezes, passa uma alma que outra. Que bom se fosse sempre assim, o dia morno, meu cachorro nem late, ele economiza nos latidos, parece um mexicano dormindo ao sol. Para dar coragem de enfrentar o quintal, escolhi uma coletânea de música cubana, Buena Vista, Celia Cruz, Beni Moré e outras celebridades. O Max ainda dorme ao sol, na verdade ele curte Bossa Nova, com Tom Jobim ele vai ao delírio, entra numas e ressona deitado ao lado do sofá. Onze e trinta e nem tchum de comida nesta casa, hoje não se come aqui. Acho que consegui varrer o quintal, os coquinhos teimam em cair e eu teimo em não ir para a cozinha. Hoje faço a minha revolução particular, raciono a comida, hoje comeremos "salsa" e "merengue". Não sei como fazem na terra do Fidel, diante das privações que o regime impõe. Assim mesmo, parece que os cubanos vivem bem, devem ser mais felizes do que nós, vivem um dia de cada vez, sem "shoppings", sem competições, sem o consumismo enlouquecido. Estranho, mas parece que tem um Alien dançando na minha barriga e ele está com fome. Desisto da greve e parto para a cozinha, sou ruim de negociações, declinei. Buena Vista se espalha no ar, arriba Cuba! Mas viva o Brasil, viva a liberdade, mesmo com todas as nossas crises.
Beijo a todos!